quinta-feira, 29 de julho de 2010

Que estranhês.

Não sei bem onde foi que me perdi, talvez nem tenha me perdido mesmo, mas como é estranho pensar que isto aqui fosse o meu destino desde o começo. Aquilo que nós carregamos através desse caminho pertence apenas a nós mesmos. Se oferecemos algo a alguém, e isto é aceito, deixa de nos pertencer. E se não for aceito, continua conosco. E é isso que acontece com nossos sentimentos de amor, compaixão, raiva e tudo que nossa alma humana possa criar. Se o amor que eu sinto não é aceito, eu não posso doá-lo. Se a raiva que eu sinto não é aceita, eu não posso depositá-la. Se o outro não me recebe, eu não posso chegar. Eu continuo a sentir o que eu sinto. Ou melhor, se eu aceito levar uma carga que não me pertence é porque eu estou fazendo essa escolha. Que bom perceber isso antes tarde do que mais tarde. Que bom poder dizer que aprendi a perceber a delicadeza das coisas pequenas, a aproveitar cada segundinho de felicidade e por fim, aprendi a tocar suavemente aquela pele. O caos do tempo, o tempo do caos, parecem desatar seus confusos e conflitantes nós por alguns instantes, e talvez, um parte dessa dúzia de intantes sejam lembrados nos meus últimos intantes. Chove, mas aqui dentro está aquecido. Faltam cores, mas aqui por perto não faltam pincéis e cores dos diversos pantones.Ter amigos, pessoas que te socorrem com pétalas de flores quando você se machuca faz toda diferença, faz com que suas tardes de domingo sejam invadidas por boas vibrações, e eu me sinto o centro calmo do mundo. Aproveite o seu tempo, faça-o valer a pena de alguma forma. Da sua forma, ou de qualquer outra que você julgue correta. E sonhe. Pense, ouça outro coração. E deixe os batimentos produzirem uma nova realidade. Os sentimentos se transformam. Sem que você sequer perceba, talvez mais rápido que imaginamos, será?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Supondo o errado.

Suponhamos que eu seja uma criatura forte, o que não é verdade. Suponhamos que ao tomar uma resolução eu a mantenha, o que não é verdade. Suponhamos que eu escreva um dia alguma coisa que desnude um pouco a alma humana, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha sempre o rosto sério que vislumbro de repente no espelho ao lavar as mãos, o que não é verdade. Suponhamos que as pessoas que eu amo sejam felizes, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha menos defeitos graves do que tenho, o que não é verdade. Suponhamos que baste uma flor bonita para me deixar iluminada, o que não é verdade. Suponhamos que eu esteja sorrindo logo hoje que não é dia de eu sorrir, o que não é verdade. Suponhamos que entre os meus defeitos haja muitas qualidades, o que não é verdade. Suponhamos que eu nunca minta, o que não é verdade.
Suponhamos que um dia eu possa ser outra pessoa e mude de modo de ser, o que não é verdade.
Isso é o não acreditar que as pessoas podem mudar, fazer escolhas diferentes e seguir caminhos diferentes. Acho que ninguém é capaz de julgar ninguém ao ponto de explicitamente não acreditar n'outro. Se vc não acredita nisso, é porque você mesmo não consegue e talvez nem mereca mudar, ou talvez mereca sim... pra pior.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Fazendo a diferença.


Era uma vez um escritor que morava em uma tranqüila praia, junto de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa escrevendo. Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano."Por que está fazendo isso?"- perguntou o escritor.
"Você não vê! -explicou o jovem- A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia".O escritor espantou-se."Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia.
Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano.
A maioria vai morrer de qualquer forma".
O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor.
"Para essa aqui eu fiz a diferença..". Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, sequer dormir.
Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele e, juntos,
começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.
Eu acredito neste título, ainda acredito.